Eu conhecia
Laura desde a infância. Éramos aquele tipo de amiga/irmã e fazíamos quase tudo
juntas e eu sempre a admirei. Nossa amizade foi fiel por muito tempo, até que
um dia o destino resolveu nos pregar uma peça de muito mau gosto e fomos
separadas. Eu nunca esqueci de Laura, ela vagava na minha memória como uma alma
perdida e eu comecei a pensar em alguns momentos particulares que tivemos. Como
no dia em que fomos pra uma casa de praia e dividimos a cama de um mezanino e
naquele dia eu me flagrei olhando pra ela enquanto dormia. Ou da vez em que ela
me apresentou um namorado que eu –secretamente- disse não prestar pra ela. Foi
então que eu percebi que sentia muito mais que admiração por ela.
Durante
muitos anos da nossa separação, tive pequenas informações sobre ela: os amigos
que ela estava fazendo, os lugares onde frequentava, as festas que fazia, os
vícios que eram desaprovados pelos pais e principalmente a opção sexual que
adotara. Era muito diferente da menina meiga, gentil e de seios pequenos que eu
conheci quando criança, Laura agora gostava de ‘meninos e meninas’. E isso
explicava meu comportamento nada sutil e educado quando ela me apresentava a
alguém, eu tinha ciúmes dela. Dos meninos que a beijavam e dos que certamente a
levaram pra cama.