"Tem sete vidas mais ninguém sabe de nada. Carteira falsa com idade adulterada."
Luiza tinha 14 anos quando a conheci. Morena como poucas, a ingenuidade a flor da pele, deliciante que só. Mas foi só aos 15 anos que tive o prazer dos lábios dela - e o beijo doce, suave e quente.
Passaram-se muitos anos e Luiza é hoje, em sua complexidade, totalmente diferente dos anos em que a conheci - independente, aventureira, uma mulher com "um rosto novo e o corpo feito para o pecado". Nunca imaginei reencontrá-la e sentir todo aquele fogo de novo.
A encontrei por acaso numa loja de artesanato. Ela ainda estava morena, mas também não conseguia imagina-la de outra forma, no lugar dos cachos rebeldes e bagunçados pousavam fios lisos e escuros. Mas seus olhos e boca continuavam iguais. É incrível como química é química independente do tempo que se passa afastado. Ela sorriu ao me reconhecer e uma vermelhidão tomou conta do seu rosto, eu nunca a tinha visto sem graça.
Marcamos de beber algo. Diferente dos 15 anos ela não parava de falar. Falava de tudo, das viagens, da faculdade, dos amantes, namorados, maridos, mas apesar de toda a sua mudança física e psicológica, ainda transparecia a menina que conheci há tempos. Não demorou muito para estarmos em uma suíte nos desejando cada vez mais. Não me leve a mal, eu não estava me aproveitando dela, mas depois de tanto ouvi-la contar suas aventuras e relembrar dos velhos tempos em que tomávamos frutily na rua eu estava doido para saber do que aquela boca era capaz.